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A vida começa aos sessenta: como prevenir a depressão na terceira idade

Os brasileiros estão vivendo mais: de acordo com o IBGE, a expectativa de vida é de 80 anos para as mulheres e 73 para os homens. O alargamento dessa faixa na pirâmide etária exige um olhar mais apurado sobre a qualidade de vida na velhice. A falta de um sentido maior para a existência, a sensação de não ser mais útil e a solidão funcionam como gatilhos para a ansiedade e a depressão. Quem explica é Julierme Mellinger (CRM 19531), médico de família na unidade Sênior da Clinipam. “Nos idosos, a depressão está associada com menor suporte social. Sem o apoio de pessoas próximas, grupos de convivência e atividade laboral, essas pessoas ficam mais fragilizadas, mais suscetíveis ao desenvolvimento de quadros depressivos”, pontua.

Ainda que a expectativa de vida seja maior, a saúde é fator limitante para pessoas acima dos 60 anos. Mesmo quem adota hábitos mais saudáveis sente o efeito natural do tempo. O corpo já não é mais o mesmo, as visitas ao médico são mais frequentes e muitas doenças crônicas surgem com esse processo. “A prevalência de depressão em idosos pode chegar a 40%, quase o dobro do índice da doença em adultos jovens. É essencial combinar cuidados com a saúde a atividades que promovam o bem-estar psicoemocional”, destaca o médico Julierme Mellinger.

Produtividade na velhice

O fim da vida profissional – seja pela aposentadoria ou por dificuldades de inserção no mercado de trabalho- também faz com que a sensação de improdutividade domine os dias e os pensamentos durante a velhice. O médico de família da Clinipam explica como é possível reverter esse cenário: “ser produtivo não é somente trabalhar. Há várias formas de inserir o idoso na sociedade, em atividades que devolvam o senso de produtividade e utilidade”, destaca Mellinger.

O profissional reforça que é importante proporcionar atividades que recuperem a autoestima do paciente, especialmente após a saída do mercado de trabalho. “As mudanças que vivenciamos atualmente podem desestabilizar a saúde mental de todos os trabalhadores, principalmente dos idosos. Seja pela necessidade de trabalho e a dificuldade de se encaixar, seja pelo inverso: a pessoa se aposenta e não ocupa o tempo com outras atividades que possam ter significado. Esse espaço que era ocupado pelo trabalho fica vazio. A depressão tem mais relação com sentir-se produtivo frente à sociedade, do que com a falta do trabalho propriamente dito”, analisa o médico.

Socialização: ponto fundamental contra a depressão

No Centro de Qualidade de Vida da Clinipam, uma equipe multidisciplinar trabalha em diversos programas para atendimento e controle de doenças crônicas, oferecendo mais qualidade de vida aos pacientes. Um desses programas é o de longevidade, voltado aos beneficiários idosos. São encontros semanais de duas horas, que incluem atividades físicas e lúdicas. A ideia é que o simples fato de sair de casa, relacionar-se com outras pessoas e encontrar apoio médico e emocional já contribua para promover melhoras no quadro depressivo.

O médico de família da Clinipam, Julierme Mellinger, destaca que o acompanhamento periódico ajuda também a reduzir o desconforto provocado por doenças crônicas. “Ansiedade, síndromes demenciais, hipertensão e AVC, por exemplo, contribuem para o agravo do quadro depressivo”, alerta. Junto com os problemas de saúde, é comum que os idosos acreditem que são um “peso” na família, já que demandam cuidado e atenção. Essa ideia também faz parte do quadro depressivo e pode levar o paciente a atitudes extremas, como deixar de tomar medicações, manter hábitos de higiene ou alimentar-se adequadamente.

Setembro Amarelo

No mês de prevenção ao suicídio, o Setembro Amarelo, a sociedade volta os olhos para um dado importante. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 9 em cada 10 suicídios poderiam ser evitados – e 90% deles estão relacionados a distúrbios mentais, como a depressão. A prevenção e o tratamento estão mais perto do que se imagina. Um dos fatores mais importantes é a socialização. “É importante lembrar de dar sentido à vida nessa faixa etária, um papel que é cumprido pela família e pelos profissionais da área de saúde. Os pacientes precisam se sentir úteis, valorizados, transmitir conhecimento e afeto a outras pessoas. A atividade física não pode ser esquecida, mas esse suporte social tem sido fundamental na prevenção da depressão”, conclui Mellinger.

FONTE: Portal G1 (https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/clinipam/guia-da-saude/noticia/2019/09/11/a-vida-comeca-aos-sessenta-como-prevenir-a-depressao-na-terceira-idade.ghtml)

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